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sábado, 27 de março de 2010

Como cuidar de uma Aceroleira - Cultivar Pé de Acerola






A aceroleira (Malphigia glabra L.) é uma planta originária das Antilhas e cultivada em escala comercial em Porto Rico, Havaí, Jamaica e Brasil.

É uma fruta atrativa pelo seu sabor agradável e destaca-se por seu reconhecido valor nutricional, principalmente como fonte de vitamina C, vitamina A, ferro, cálcio e vitaminas do complexo B (Tiamina, Riboflavina e Niacina). Consumida tanto in natura como industrializada, sob a forma de sucos, sorvetes, geléias, xaropes, licores, doces em caldas entre outras.
A algum tempo começamos a séria "Como cuidar", o primeiro post da série foi: Como cuidar de uma Jabuticabeira - Bonsai de Jabuticaba. Agora continuamos com o novo post Como cuidar de uma Aceroleira.

A área cultivada no Brasil é estimada em cerca de 10.000 ha, com destaque para a Bahia, Ceará. Paraíba e Pernambuco, que juntos detém a 60% da produção nacional. A maior parte dos pomares de acerola é formada com mudas oriundas de sementes. Por isso apresentam grande variabilidade genética quanto à produtividade, porte, arquitetura da copa, rendimento de polpa, cor, sabor, consistência e tamanho do fruto. Existem mais de 42 variedades de acerola que são cultivadas no Brasil. As principais são:

  • Apodi
  • Cabocla
  • Cereja
  • Frutacor
  • Okinawa
  • Olivier
  • Roxinha
  • Rubra
  • Sertaneja

Clima e Substrato:
A acerola ou cereja das Antilhas, é planta rústica, desenvolvendo-se em clima tropical e subtropical, quando adulta (madura) suporta temperaturas de até 0º C.
Segundo Simão (1971) e Almeida e Araújo (1992), a acerola se adapta bem à temperatura média em torno de 26º C.


Durante o período seco e frio a planta permanece estacionária, o que é normal, e quando a temperatura se eleva, a vegetação e o florescimento mantêm-se constantes. Sua frutificação acontece na primavera-verão. A altitude pode ser de 0 nível do mar até 800m ou mais. Por ser de clima tropical e subtropical, com chuvas ou irrigações distribuídas em torno de 1000 a 2000 mm, poderá haver uma grande produção de frutos de maior tamanho. As chuvas excessivas ultrapassando 1600 mm podem ocasionar frutos com menos vitamina C e aquosos.


Para Marty e Pennock (1965), a acerola não exige solos específicos. Os mais indicados são os de média fertilidade e os argilo-arenosos por reterem maior teor de umidade. Entretanto, certos cuidados devem ser tomados, como a fertilização adequada dos terrenos, arenosos e a drenagem das áreas de solos mais pesados onde pode ocorrer salinação e evitando, nos solos mais arenosos as áreas infestadas por nematóides.


Plantio:
A aceroleira é uma planta considerada de propagação simples, dado que pode ser multiplicada por vários processos. Ela se propaga facilmente com o emprego de sementes, estaquia e enxertia (Amaral, 1992; Matry e Pennock, 1965; Holmquist, 1966; Bezerra e outros, 1992).


O fato da aceroleira ser uma planta autofértil podem-se obter plantas praticamente idênticas, com a utilização da propagação por meio de sementes (Simão, 1971). Nos plantios em grandes escalas, entretanto, essa modalidade de propagação só deve ser adotada se as sementes provierem de frutos colhidos em áreas formadas com plantas uniformes, portadoras das melhores características produtivas e comerciais, pois desse modo se reduz o risco da geração de matrizes geneticamente indesejáveis.


As mudas a partir de sementes podem ser formadas em canteiros com 15 cm de altura, e 120 cm de largura e comprimento variável em função das características da propriedade. A semeadura pode ser feita em caixa de madeira ou similar, utilizadas como germinador, medindo 15 cm de largura ou em recipiente de polietileno preto com 20 cm de altura e 15 cm de diâmetro. Alguns viveiristas produzem as mudas em recipientes de polietileno de 6 cm de diâmetro e 25 cm de altura, reduzindo assim o custo de produção, devido ao maior número de mudas transportadas por unidade de área.


As sementes devem provir de frutos fisiologicamente maduros, dos quais são extraídas, sendo em seguida lavadas e postas a secar à sombra. A germinação ocorre em geral dentro de 20 a 150 dias; seu índice é de 20 a 30%, em virtude da ocorrência freqüente de abortamento do embrião (Marty e Pennock, 1965). A proteção contra a insolação direta e as regas diárias são práticas indispensáveis ao sucesso na germinação das sementes.


Diversos trabalhos comprovam, por outro lado, a viabilidade da propagação assexuada mediante o enraizamento de estaca. Esse método, assegura maior precocidade na produção, assim como a transmissibilidade das características genéticas da planta propagada. Pomares implantados na região do Submédio São Francisco com mudas propagadas por estaca iniciaram a frutificação entre cinco e doze meses após o plantio no local definitivo.


Plantio e Adubação:
Prepare a mistura de solo da seguinte forma: 1 parte de terra vegetal, 1 parte de pedriscos e 1 parte de areia.

Encha o vaso com a mistura até mais ou menos a metade e ajeite a muda de forma que ela fique na altura adequada à borda do vaso. Se for preciso, abra mais a cova ou coloque mais terra para chegar na altura desejada. Lembre-se de fazer a tarefa com cuidado, preservando o torrão de terra da muda, pois ele protege as raízes. Tudo certo? Agora complete o vaso com a mistura de terra e faça uma rega abundante. Use Torta de Mamona + Farinha de Osso a cada trinta dias, do início da Primavera até o final do Verão. Durante o Outono e o Inverno, diminua a freqüência. O adubo de liberação lenta, pode ser usado sem problemas, desde que não se exagere na quantidade.

No Brasil, há pouca informação disponível a respeito da adubação e nutrição nas condições edafoclimáticas das áreas irrigadas do Nordeste. Estudos desenvolvidos em Porto Rico, Cibes e Samuels (1955) assinalaram os principais problemas e sintomas de deficiência nutricional na aceroleira cultivada em solução nutritiva:



  1. A eliminação do nitrogênio da solução nutritiva foi o fator que mais deteve o crescimento e a      produção das plantas.
  2. A deficiência de fósforo, boro, enxofre e ferro não tiveram efeito tão nocivo sobre o crescimento das plantas quanto o produzido pela carência de nitrogênio, porem diminuiu drasticamente a produção de frutos.
  3. A deficiência de magnésio e manganês produziu efeito pouco significativo sobre o crescimento e a produção das aceroleiras.
  4. A falta de potássio diminuiu o diâmetro dos ramos e o tamanho dos frutos.
  5. A deficiência de cálcio retardou de modo significativo o crescimento das plantas.
  6. Os índices mais altos de nitrogênio foram encontrados em folhas de árvores deficientes em enxofre e ferro.
  7.  As plantas deficientes em nitrogênio apresentaram alta concentração de fósforo nas folhas.
  8. As árvores deficientes em fósforo não apresentaram sintoma algum dessa carência.
  9. Os menores níveis de ferro foram observados nas folhas de plantas deficientes em cálcio.
  10. Os sintomas mais sérios de deficiência de nitrogênio provocaram o amarelecimento total e a queda das folhas.


Pragas e Doenças

Pragas
Pulgões (Aphis spiroecola) - Saiba como acabar com os Pulgões

Danos – atacam parte terminal dosramos, flores e frutos jovens.
Controle – pulverizações de óleo mineral de 1 a 1,5 % em água

Bicudo (Anthomomis floris)
Danos – faz sua ovoposição noovário das flores e nos frutos jovens. Os frutos ficam deformados.
Controle – pulverizar com parathion na época de floração, recolher e enterrar todos os frutos caídos no chão.

Mosca-das-frutas (Ceratitis capitata) 
Danos – causa prejuízos aos frutos
Controle – usar produtos a base de fenthion como isca para mosca-das-frutas.

 – eventualmente poderá ocorrer ataques de cochonilhas e cigarrinhas na aceroleira.

Doenças
a) Antracnose Agente causal – Colletotrichum gloeosporioides
Sintomas – ataca folhas e frutos – os sintomas são manchas circulares de cor marrom Controle – oxicloreto de cobre a 0,25 % a intervalos de 15 a 21 dias

b) Cercosporiose
Agente causal – Cercospora bunchosiae
Sintomas – pontuações arredondadas nas flores que amarelecem e caem. Ataque interno dá-se a desfolha total da planta.
Controle – fungicida a base de cobre.

c) Verrugose:
Agente causal – Sphaceloma sp
Sintomas – ataca ramos, folhas e frutos provocando deformações.
Controle – oxicloreto de cobre a 0,25 % aplicado a intervalor de 15 a 21 dias.


Transplante
 A melhor época é na Primavera, bem no início dela, e somente a cada dois anos, fazendo uma poda moderada das raízes. Após o período de adaptação, a planta deve receber diariamente pelo menos 4 horas de luz solar direta. É preciso também cuidar da nutrição das frutíferas. No cultivo em vasos, as adubações devem ser realizadas com maior freqüência e adequadas à espécie escolhida. De forma geral, dê preferência às adubações orgânicas com esterco curtido, torta de mamona, húmus de minhoca, etc

Aramação
A Aceroleira cresce naturalmente como uma árvore, então a aramação é pouco utilizada. Mas, se for necessário, faça somente nos galhos mais lenhosos, sua madeira é bem flexível, mas sempre tome cuidado ao tentar “dobrá-la“. Antes de aramá-la, fixe bem a planta, com fita adesiva ou alguma outra coisa que evite que o tronco principal fique balançando enquanto você enrola o arame na árvore.

Poda
Pode os brotos no segundo ou quarto par de folhas, quando estiver com seis ou oito pares de folhas desenvolvidas, isso fará com que a próxima brotação seja mais vigorosa, e ajuda a manter a forma do bonsai. Você pode fazer podas drásticas ou remoção de galhos durante todo o ano, porém, a melhor época é durante a Primavera.

3 comentários:

  1. Gostaria de saber como posso recuperar o meu pé de acerola. Por vários anos ele ficou lindo, cheio de frutas, mas, agora, começou no outono, ele está ficando seco, as folhas estão amarelando e caindo, o tronco está todo rachado e manchado de branco, e na base do tronco, mais perto da raiz está todo comido. O que pode ser?

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  2. Meu pé de acelora erá praticamente perdido. Estou tentando recuperar. Os pulgões o atacaram completamente. As galhos estão secos e as folhas piro ainda! :-( Mas vou tentar salvá-lo!

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  3. meu pé de acerola dá a flor, mas não a segura, elas caem. Isso ocorreu desde que transplantei o pé que estava plantado dentro de um balde de 60 litros e que ficava numa área que tinha sol abundante e constante. Passei-o para o fundo do quintal para um espaço maior, porém a temperatura é amena e com menos incidência solar. Quanto a adubação sempre utilizei o 04,14,08 e ela aceitava muito bem, dava frutos maravilhos.
    Sil

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